Foram seis dias de estrada, mais de 200 Kilometros percorridos, 10 municípios visitados, mais de 100 pescadores e pescadoras artesanais em formação. Estes são os números da Formação modular “Convivência com o semiárido e novas práticas de pesca: discutindo realidades e direitos”, realizada pelo Projeto Pescadoras e pescadores artesanais construindo o bem viver. O Projeto é executado pela Cáritas Diocesana de Crateús, em parceira com a CISV e o Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e co-financiado pela União Europeia.

 A formação modular, realizada entre os dias seis a 11 de novembro, teve o objetivo de discutir e refletir com os pescadores e pescadoras sobre a situação dos açudes de cada município, a realidade da pesca artesanal nestes territórios e debater o cenário dos direitos dos e das pescadoras no Brasil. Para a pescadora do município de Quiterianópolis, Maria Audenir da Silva Massena, participar das formações é importante para informar os pescadores e pescadoras, mas também para compartir as inquietudes da categoria. “A gente se senti informado, que entendemos das coisas. Estes encontros é para unir a gente, uma pessoa não faz muito, mas uma multidão pode fazer”, afirma à pescadora.

Durante os encontros, ainda foi possível identificar problemas comuns entre as comunidades, como a demora de receber o seguro defeso e a seca dos açudes. Além disso, outros problemas foram apresentados, como a falta de articulação organizacional das comunidades e a invisibilidade das mulheres na pesca artesanal, que além de sofrerem com a invisibilidade também sofrem preconceito e são desacreditadas quando dizem que são pescadoras.

A Formação modular “Convivência com o semiárido e novas práticas de pesca: discutindo realidades e direitos” foi ministrada pela educadora popular da CPP Camila Batista. Os municípios que receberam a formação: Auiaba, Arneiroz, Parambu e Tauá,  Tamboril, Nova Russas, Quiterianópolis, Independência, Novo Oriente e Crateús.

Por: Anita Dias

Fotos: Anita Dias e Marciel Melo