Num esforço para colocar “Mudanças Climáticas” de uma vez na pauta dos movimentos e pastorais sociais da região de Crateús, foi realizado na manhã de hoje (27/10), no auditório da Cáritas de Crateús, Seminário “Mobilização Mundial Pelo Clima no Ceará – Pelo direito à água, ao alimento e a vida”. A atividade teve como foco mobilizar o território para construir a marcha que será realizada a nível de estado em Fortaleza – esta ocorrerá em consonância com outras em diversas partes do mundo -, e também visou debater sobre a mudança de paradigmas em nosso modelo econômico para evitar maiores catástrofes ambientais e o crescente aumento de temperatura que já é perceptível mesmo na região Semiárida.
“Eu faço parte do grupo que começou a se mobilizar em torno desse assunto aqui no Ceará e que se reúne em um fórum permanente, que está construindo a marcha de Fortaleza. Proponho que a gente participe levando as demandas dos sertões”, provocou Regina Coele, representante do movimento estadual que constrói a Mobilização Mundial pelo Clima no Ceará. Segundo ela, é preciso construir um movimento orgânico, plural e independente da iniciativa privada porque necessariamente discutir o assunto é se opor às grandes indústrias e especialmente ao modelo de desenvolvimento vigente no mundo, que é implementado no Brasil pelos governantes em todas as esferas.
Várias organizações da região expuseram seus trabalhos em favor no meio ambiente. Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Crateús, Movimento em Defesa da Vida – Que luta contra a instalação de uma mineradora em Ipaporanga -, Professor Rafael Silva, coordenador do curso de Engenharia Ambiental da UFC-Crateús, Movimento Água para a Vida, Comissão de Meio Ambiente da OAB-Ceará, Associação Caatinga, a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab) e a Cáritas Diocesana de Crateús.
Professor Rafael numa das falas mais empolgantes do evento
“Consideramos fundamental incluir lá na base, nas escolas públicas, um modo de ensino que desconstrua o modelo educacional tradicional e excludente e paute uma educação comprometida com a mudança de relações entre as pessoas, com a natureza, com o bioma e com a agroecologia”, explicou Erbênia Sousa, coordenadora da Cáritas, falando sobre Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido, uma das ações mais exitosas no território em favor de um outro modelo de desenvolvimento local, solidário e sustentável.
ENCAMINHAMENTOS´
Após a exposição de um mosaico de ricas ações em favor da humanidade e do meio ambiente no Território Inhamuns/ Crateús, Paulo Giovane, um dos coordenadores do evento, ajudou a encaminhar as propostas de encaminhamento. Entre as ações propostas ficou pautada uma caminhada a nível de região, a ser realizada dia 19/11, em Crateús, em preparação para a marcha estadual, para a qual as entidades ficaram de mobilizar as bases e à partir de uma comissão formada entre as organizações presentes para viabilizar a ação (transporte, alimentação, etc.). Outro encaminhamento foi retomar o debate sobre mudanças climáticas num fórum permanente a ser composto pelas mesmas instituições e organismos presentes e outros que poderão se somar, em reuniões ao menos semestrais.
Dom Ailton Menegussi, bispo da Diocese de Crateús, lembrou ao final que em 2016 a Campanha da Fraternidade abordará mais uma vez a questão ambiental, baseada na última encíclica Papal que nos convoca a olhar o planeta como nossa casa comum. “Será muito bom unirmos forças nas atividades pensadas com a CF que será desenvolvida em nossa igreja, alegou o pastor.