Reativar uma associação após anos de inatividade não é uma tarefa fácil. Precisa muita determinação e constância para juntar todas as pessoas e motivá-las a se reunir. Pescadores e pescadoras da comunidade de Realejo, com o incentivo dos técnicos da Cáritas, decidiram reativar a associação que estava parada há 9 anos. O acompanhamento do projeto gerou uma onda de animação e esperança para o bem viver na beira dos açudes e estimulou a tomada de decisões coletivas voltadas a protagonizar cada sócio e cada socia. Cabe evidenciar que nesse processo as mulheres ganharam destaque e se tornaram protagonistas, desempenhando um papel determinante na composição da nova diretoria.
“Com muita alegria volto a ser presidente dessa associação porque a gente quer crescer, quer reativar o nosso processo, de aqui para frente vamos trabalhar muito e foi graças a Cáritas e ao Cpp, que nos motivaram e animaram dia após dia com assistência técnica e reuniões” afirmou o presidente Adailson Pereira Lima.
A eleição dos membros da diretoria foi também a ocasião para participar da formação modular que essa vez teve como tema o papel e as funções de colônias e associações. Saber como estas organizações são geridas e como as leis sobre a pesca são aplicadas, è fundamental para reivindicar os direitos da categoria; pois esses pescadores e essas pescadoras com o acompanhamento do projeto não só estão reativando a associação, mas estão tentando se aproximar mais criticamente ao assunto, ao fim de se envolver numa gestão qualificada da renovada associação.
De forma coletiva, aberta e participativa o grupo de 25 pescadores e pescadoras do Realejo decidiram pagar a dívida gerada nesses nove anos de inatividade através de uma rifa solidária e do pagamento mensal de uma pequena parte de todos os sócios.
Hoje foi o momento do sorteio da rifa com a qual já arrecadaram uma parte do dinheiro que vai servir para o pagamento da dívida. Um pequeno passo que significa muito para esse grupo que luta no meio das dificuldades que afetam a participação democrática das comunidades rurais na tomada de decisão e na construção das políticas públicas.
Por: Lorenza Strano e Berenice Rivolta
Fotos: Lorenza Strano