Quando no início do ano de 2018, Joana e Raimundo receberam a notícia da instalação no seu quintal do sistema de bioágua ficaram felizes e desde então já se preparavam para receber o intercâmbio. Para a agricultora e o agricultor é muito importante ter a oportunidade de receber tanta gente, vindo de tantas partes do Brasil, para conhecer o seu trabalho e esse início de experiência com reuso de água cinza para produzir alimentos de maneira segura e saudável.
O quintal produtivo de dona Joana e Seu Raimundo foi só uma parte do intercâmbio, que começou com os e as participantes da XIV Feira da Agricultura Familiar de Crateús, chegando em Novo Oriente para conhecer as ações da educação contextualizada no município. A escola Francisco das Chagas Mota, através da educação contextualizada, cuida das questões da convivência com o semiárido e as tecnologias agroecológicas. E trabalha dentro da escola temas relacionados com a realidades dos e das alunas.
Para a participante do intercâmbio, a pescadora Celeste de Sousa o dia em Novo Oriente foi enriquecedor e inspirador: “hoje foi um dia muito rico, trabalhamos a tradicionalidade, a nossa identidade, olhando o resgate dos valores tradicionais que essas crianças nos transmitiram”, comentou Celeste de Sousa, pescadora do Piauí.
Alunos e alunas acolheram as pessoas que chegavam com cantos típicos, o hino da cidade de Novo Oriente, e com uma apresentação dos costumes das profissões da região.
A visita continuou no quintal dos agricultores Raimundo e Joana que junto a Mardones Bezerra, Coordenador do IBV, Instituto Bem Viver, que implantou o sistema, explicaram todo o processo de reuso das águas cinzas e energia solar para o reaproveitamento da água para a irrigação.
“O intercâmbio é sempre a possibilidade concreta da troca de conhecimentos e aprendizados e hoje três temática foram abordadas, discutidas e visualizadas, sendo: educação contextualizada para convivência com o semiárido, reuso de água cinza para produção de alimentos associado a geração de energia solar. Esse conjunto, representa claramente o caminho para o desenvolvimento equilibrado e sustentável dessa região, criando oportunidades para geração de renda, redução das desigualdades e da pobreza e consequentemente nos direcionando para uma prática incidente da cultura da paz e do bem viver”, explicou Mardones Bezerra.
Entre muitas perguntas estudantes do IFCE e visitantes de outros estados do Brasil, o intercâmbio cumpriu sua missão de contribuir para aumentar o conhecimento no campo da agroecologia e visibilizar o mundo das práticas sustentáveis e da agricultura familiar para o bem viver no semiárido brasileiro.
Mais sobre a organização do Intercâmbio:
O intercâmbio Reuso das águas cinzas e Energia solar é uma atividade componente da Feira, mas também uma atividade prevista no projeto Quintais Produtivos Mantidos Pelo Sistema Bioágua Familiar, executado pelo Instituto Bem Viver – IBV e apoiado pelo Programa de Pequenos Projeto Ecossociais – PPPECOS, com recursos do Fundo Global para o Desenvolvimento – GEF, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD e coordenado no Brasil pelo Instituto Sociedade População e Natureza – ISPN .
Também participaram do intercâmbio as famílias beneficiárias da primeira etapa do projeto em Quiterianópolis, onde foram implementados treze sistemas de bioágua familiar.
A realização do intercâmbio, ficou sob responsabilidade do Instituto Bem Viver e Secretaria municipal de educação, desporto e lazer de Novo Oriente, que compõem o conjunto de organizações realizadoras da feira.
Por: Lorenza Strano
Fotos: Lorenza Strano