Seminário, promovido de 5 a 7 de junho, é parte da programação da XV Feira de Agricultura Familiar e Economia Popular Solidária dos Territórios de Crateús e Inhamuns

Promover a revitalização das feiras livres nos estados do Nordeste. Este é um dos objetivos do projeto Nossa Feira Popular e Solidária, fruto de parceria entre a Cáritas Brasileira e a Fundação Banco do Brasil, que realizou intercâmbio regional entre feirantes de 21 municípios atendidos pelo projeto, que beneficia quase três mil feirantes de quatro estados. O seminário ocorreu de 5 a 7 de junho, no IFCE campus de Crateús, como parte da programação da XV Feira da Agricultura Familiar e Economia Popular Solidária.

O coordenador do projeto, Jaime Conrado, esclarece que essa etapa fecha um ciclo de intercâmbios já realizados nos estados atendidos pelo projeto: Bahia, Maranhão, Paraíba e Piauí. “Temos representantes dos 21 municípios atendidos pelo projeto e estamos discutindo os próximos passos”, relata. Jaime explica que a Feira da Agricultura Familiar foi uma oportunidade para realizar essa reunião: “Estamos aproveitando esse momento importante de Crateús para fazer esse intercâmbio regional, trazer todo mundo pra cá para conhecer a experiência daqui”.

O coordenador explica que a revitalização promovida pelo projeto consiste no atendimento da necessidade dos municípios de fortalecimento das feiras. Além da adoção de transações financeiras com o uso do cartão de crédito e débito, há capacitação na área da educação financeira. Mais que isso, o projeto prevê a substituição das barracas por modelos padronizados, além de outros equipamentos como jalecos, luvas, botas e balanças. Jaime Conrado também destaca a importância da destinação final dos resíduos sólidos. “Então esse projeto vem fortalecer e revitalizar a feira”, conclui.

Maria do Socorro Cândido, feirante de Demerval Lobão, no Piauí, demonstra alegria ao falar do projeto. “Para mim tem sido muito gratificante, porque estamos adquirindo mais conhecimento sobre a feira e sobre esse projeto”, conta. Em sua cidade, a feira comporta 60 comerciantes que estão sendo beneficiados pelo projeto. Ela atua na feira há três anos, vendendo pastel com caldo de cana.

Jamile Crispim, feirante de Canudos, na Bahia, também está satisfeita com o intercâmbio. “Está muito bom, há uma boa estrutura, estamos aprendendo mais sobre a feira, as experiências dos outros feirantes, de outros lugares”, conta. Ela relata que a feira de sua cidade possui 130 feirantes e que, embora seja feirante há três anos, está seguindo os passos da mãe, que atua no local há 30 anos. “Eu vendo cocada de coco com leite, doce de banana – lá é a terra da banana – e, quando está na época, fazemos o doce de umbu. Somos doceira”, diz, orgulhosa.

Por: Felipe Lima 

Fotos: Crys Machado e Manoel Leandro