Até o final do mês de agosto, aproximadamente de 1.500 educadoras e educadores da rede pública municipal de 20 municípios participarão dos processos formativos. Esta é a primeira etapa do projeto “Contexto: Educação, Gênero e Emancipação”, na perspectiva de expandir a proposta de Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido. Será o avanço de uma experiência exitosa em Tamboril, Quiterianópolis, Ipaporanga e Nova Russas, para Quixeramobim, Mombaça, Solonópolis, Irapuã Pinheiro, Ipueiras, Milhã, Senador Pompeu, Pedra Branca e Piquet Carneiro no Sertão Central, Madalena e Boa Viagem nos Sertões de Canindé e Poranga, Ararendá, Tauá, Novo Oriente e Crateús nos sertões dos Inhamuns e Crateús.

O projeto Contexto é uma realização da We World, em parceria com Esplar, Cáritas Diocesana de Crateús, Acace, Instituto Maria da Penha, EFA Dom Fragoso, com apoio da Rede de Educação do Semiárido Brasileiro-RESAB e financiado pela União Europeia. A motivação das professoras e dos professores é fundamental para esse redirecionamento do processo de ensino e aprendizagem. “Já trabalhei em outros projetos de incidência em escolas, em que fazíamos um termo de parceria com o gestor municipal, mas se não ganhamos os corações e as mentes dessas e desses profissionais, o projeto vai parecer só mais um programa obrigatório”, argumenta Raimundo Clarindo, assessor pedagógico.

“Diferente de outros programas que chegam de forma vertical, quando apresentamos a Educação Contextualizada a partir do chão que a gente pisa, eles/as percebem que não é uma educação que parte de um outro mundo”, pondera Viviane Brás, também assessora pedagógica. Segundo ela, várias/es professoras/es contempladas/os com a primeira etapa da formação, em municípios onde o projeto está iniciando, declararam que muitos dos elementos apresentados na formação já eram do conhecimento delas/as, faltava apenas uma orientação, uma motivação para que isso fosse utilizado como ferramenta didática em sala de aula.

Madalena

UM PROCESSO EM ETERNA CONSTRUÇÃO

Segundo Cecília Reis, coordenadora e assessora pedagógica, a formação é o primeiro caminho para uma educação diferente, que faça sentido, que parta do lugar onde se está, sem necessariamente se fechar nele. “Quando a gente mergulha no universo da Educação Contextualizada começamos a questionar a formação que nós temos, de como ela desrespeitou todo conhecimento que tínhamos ao invés de aproveitar os saberes populares no diálogo com o saber científico”, provoca.

Por isso, segundo Cecília, é necessário para quem se propõe a formar sobre Educação Contextualizada conhecer também o lugar onde está acontecendo a formação, para que possa ser capaz de seduzir as/os educadores/as da base a fazer o mesmo, mas do seu jeito, respeitando e incentivando a participação das/os estudantes.  Por isso, oportunamente, o tema gerador para os municípios iniciantes será “Semiárido”. Nos municípios onde a proposta já é uma realidade as temáticas serão “Água” (Quiterianópolis e Tamboril), “Sementes” (Nova Russas) e “Mediação de Conflitos” (Ipaporanga).

O projeto prevê acompanhamentos pedagógicos nas escolas, em parceria com técnicos de referência das secretarias municipais de educação. A culminância do que será trabalhado com o tema gerador em sala de aula, numa apresentação lúdica, construída por estudantes e educadoras/es, para toda a comunidade escolar, acontecerá a partir de novembro de 2017. No próximo semestre iniciará, portanto, um novo ciclo letivo. “Os professores já estão percebendo que a nossa proposta não é levar um projeto pra ser trabalhado como os outros, em um ou em dois dia letivos semanais, e sim essa prática se torne o modo de ser das escolas”, concluiu Clarindo.

Ipaporanga

PARTICIPAÇÃO DE GESTORES E PARCEIROS

Como ponto positivo, as formadoras e os formadores destacam a participação de prefeitos, secretários de educação, de meio ambiente, de agricultura de lideranças sindicais, de paróquias, de outras entidades da sociedade civil organizada em diversas formações. A proposta de Educação Contextualizada visa empoderar todas as sujeitas e os sujeitos envolvidas/os no processo de educação. Por isso o envolvimento de autoridades, lideranças, do corpo técnico dos colégios e da comunidade é fundamental para a construção desse novo modo de experienciar a educação pública, como propõe o projeto Contexto.

“Foi instigante a participação das merendeiras no município de Piquet Carneiro. Uma delas afirmou que nunca havia participado de uma formação junto com os professore e estava emocionada”, recorda Cecília. Ela demonstrou um afeto especial pela escola, como poucas vezes já vira Cecília, com toda experiência de 15 anos em formação de professoras/es. Este é um indicativo que estamos rompendo paradigmas na busca de uma educação contextualizada, onde o processo formativo é pensado por todos os sujeitos que dela fazem parte.

Senador Pompeu

AGENDA DE FORMAÇÕES POR MUNICÍPIOS

Quixeramobim – 28/07

Mombaça – 31/07

Milhã e Senador Pompeu – 04/08

Piquet Carneiro, Madalena e Boa Viagem – 05/08

Ipaporanga – 08 e 09/08

Solonópolis – 11/08

Irapuã Pinheiro – 11/08

Tamboril – 15, 16, 17 e 18/08

Pedra Branca – 17/08

Poranga, Ararendá é Ipueiras – 18/08

Quiterianópolis – 22 e 23/08

Tauá, Novo Oriente, Nova Russas e Crateús – 25/08