Um momento rico em discussão e aprendizado, com o objetivo de refletir sobre as experiências agroecológicas a partir da visão e da vivência dos agricultores e das agricultoras experimentadoras, e socializar tecnologias desenvolvidas na Unidade Familiar da Dona Maria de Jesus na comunidade de Santo André em Crateús. Este foi o intercâmbio promovido pela Equipe de Assessoria Técnica Continua da Cáritas Diocesana de Crateús – Projeto Paulo Freire. O intercâmbio foi realizado nessa terça-feira, 24 de outubro, e facilitado pela própria família que apropriada das tecnologias de desenvolvimento local comunicou, dialogou, compartilhou e construiu com outros agricultores e agricultoras novos aprendizados, melhorias de sua área e das relações comunitárias.

Para a coordenadora da Equipe de Assessoria Técnica Continua da Caritas Diocesana de Crateús – Projeto Paulo Freire, Daniela Cavalcante, os intercâmbios são momentos de troca e aprendizado. “As trocas de saberes contribuem de diferentes formas com os trabalhos no campo e restabelecem novos sentidos aos valores dos trabalhos coletivos dentro das comunidades”, pontuou.

O neto da Dona Maria de Jesus e Técnico agrícola, pela EFA Dom Fragoso, Israel Matias foi o guia neste dia de interação e troca. O técnico agrícola relatou cronologicamente as ações realizadas na pequena propriedade da família, como o resgate do solo, a água, as plantas nativas, tudo que foi feito para renovar a unidade familiar que estava quase “morta”. Israel Matias descreveu o esforço que foi e é feito pela sua avó e demais membros da família pela preservação ambiental e convivência com o semiárido.

O Intercambio também foi uma oportunidade para discutir a execução do projeto, assim como debater a implementação dos Planos de Investimentos (PI) das comunidades quilombolas de São Gonçalo dos Caetanos e Serra dos Paulos no Município de Parambu. Estas comunidades estão executando dentro das atividades do PI, a ovinocaprinocultura, a avicultura, mandiocultura e cajucultura. Além das importantes trocas de experiências, o intercâmbio propiciou que as famílias realizassem a troca de sementes.

O Agricultor, João Paulo, da Comunidade quilombola de Serra dos Paulos em Parambu enfatizou a importância do cuidado com a mãe terra: “Somos responsáveis e precisamos mudar, e isso depende de nós, e se não fizermos isso, não deixaremos futuro para nossos filhos e netos tomarem de conta”.
Para o técnico agrícola José Ludgero e que acompanha as comunidades quilombolas pelo Projeto Paulo Freire, o ponto forte foi à troca de informações e como outras famílias poderão aplicar estas ideias e tecnologias em suas comunidades.

O Projeto Paulo Freire é executado pela Cáritas Diocesana de Cratéus no território dos Inhamuns e tem financiamento do Governo do Estado do Ceará e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Por Daniela Cavalcante

Fotos Equipe Paulo Freire