José Jayones Clarindo Ricarte, da comunidade de Trincheiras no município de Arneiroz, é um dos beneficiários acompanhado pelo Projeto Paulo Freire, que cada dia sustenta sua alimentação e da sua família com os frutos colhidos através da agricultura familiar, além de comercializá-los nas comunidades e nas feiras locais. 

Com a chegada do Projeto Paulo Freire, a família de José Jayones foi beneficiada com uma cisterna de segunda água que permite uma capacidade de armazenamento de água maior, auxiliando assim na produção de hortaliças agroecológicas e sem agrotóxicos. O agricultor, junto com o acompanhamento técnico da assessoria da Cáritas Diocesana de Crateús, elaborou um sistema de irrigação, ou microaspersão, para o auxílio na produção de cebolinha, coentro e couve. “A gente pretende aumentar a área utilizando as culturas de tomate e maracujá, pois com esta pequena horta melhoramos a nossa alimentação e estamos ganhando um dinheiro extra”, relata Jayone com muito orgulho nos olhos. 

Além da produção de seu quintal produtivo, Jayone também recebeu orientações na sua produção de sequeiro, já que esse ano os agricultores e as agricultoras têm a esperança de um bom período chuvoso e uma boa safra. O mesmo realizou o plantio de milho para o consumo próprio e da família, para produzir as rações dos animais e também destinado a comercialização. Manoel Erviando, agente Cáritas que acompanha a comunidade com assessoria técnica contínua repassou para o agricultor uma técnica popular que usa a urina bovina como insumo, pois além de ser um excelente fertilizante natural, atua também como um defensivo natural controlando as pragas, como por exemplo uma diminuição na população da lagarta do cartucho. 

Todos esses são exemplos de como os agricultores e as agricultoras, junto com os técnicos de campo, podem procurar possíveis oportunidades para reduzir a dependência econômica de produtos industrializados através de saberes populares que não preveem o uso de pesticidas e produtos químicos. O Projeto Paulo Freire é uma realização da Cáritas Diocesana de Crateús e é financiado pelo Governo do Estado do Ceará e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). 

Por Ariel Alves, técnico de campo que atua no Projeto Paulo Freire e Angelica Tomassini, comunicadora popular da Cáritas Diocesana de Crateús