No início da tarde de ontem (09/03), moradoras/es das comunidades Pau D’arco, Mundo Novo, Estreito e Lagoa do Barro, do município de Ipaporanga-CE, deram mais um passo no enfrentamento à instalação de uma mineradora na região. Com eles, representantes do Instituto Bem Viver (IBV), da Prefeitura Municipal de Ipaporanga, da paróquia Sagrado Coração de Jesus, da Associação Comunitária do Mundo Novo, da Assembleia de Deus, da Cáritas Diocesana de Crateús e produtores rurais participaram de formação a respeito de unidades de conservação ambiental. O objetivo era estudar qual medida será adotada pelo coletivo para blindar a serra da Ibiapaba e os 13 olhos d’água ali presentes da devastação que será ocasionada, caso o minério de ferro passe a ser extraído. Ao todo cerca de 40 pessoas participaram.

Facilitou a reflexão Lucieudo Cavalcante, agente do IBV. Ele apresentou detalhes da legislação das Área de Proteção Ambiental e Reservas Particulares do Patrimônio Natural, entre outras unidades de conservação. “Um dos nossos objetivos era sensibilizar os produtores da região, mas infelizmente só 4 dos cerca de 30 compareceram. A comissão formada por moradores, instituições parceiras e a prefeitura precisam agora refletir com os produtores, fazendo reuniões com cada um e com o coletivo para termos claro qual será a medida legal adotada para impedir a destruição da serra, de onde as pessoas usufruem da beleza natural, mas também de recursos hídricos para o consumo humano, agricultura, e principalmente para a criação de animais”, explicou Edmar Filho, agente Cáritas.

Lucieudo Cavalcante, agente do IBV.

Desde o ano passado a comissão tenta resistir à instalação da mineradora. Sabe-se que a empresa ADLion já finalizou a fase de estudos geológicos e já teria comprovado a existência de minério de ferro suficiente para garantir a atividade na região. À partir de então vários esforços vêm sendo realizados para legalmente barrar o início da atividade, em nome do bem viver dos moradores da região e da preservação ambiental. Entre elas, foi feito o georreferenciamento dos 13olhos d’água presentes em seis comunidades que serão afetadas diretamente pelas explosões e desmatamento. A comunidade espera sensibilizar o poder público para a preservação desse recurso hídrico, tão importante para o mundo em tempos de crise hídrica, sobretudo para uma região de Semiárido.

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Por Eraldo Paulino, comunicador popular da Cáritas Diocesana de Crateús.