A Educação Popular das regiões dos Inhamuns e de Crateús deu mais um passo, nos dias 02 e 03/03, para seguir transformando vidas e revolucionando os escolas públicas municipais. Foi esse o sentimento das cerca de 50 pessoas que participaram da primeira etapa da Formação Continuada para Educadoras e Educadores da RESAB em Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido, uma atividade “Educação Contextualizada – Construindo Bem Viver nos Sertões dos Inhamuns/ Crateús, financiado pela We World e realizado pela Cáritas Diocesana de Crateús. O objetivo desta ação é oferecer a professoras/es, gestoras/es públicos e militantes da causa aprendizagens processuais e consequentes para que sejam multiplicadoras/es dessa maneira de ser das comunidades escolares nos municípios onde atuam: Ipaporanga, Tamboril e Quiterianópolis, cidades onde o referido projeto está sendo executado (Para saber mais informações clique aqui), mas também em Crateús, Monsenhor Tabosa, Independência e Nova Russas.

Regina Coele, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual do Ceará – Campus Crateús, facilitou o primeiro módulo: “Conjuntura Educacional Nacional e Territorial”. “Percebemos a Educação Contextualizada como um ato de resistência em meio a realidade da educação no Brasil, que está cada dia mais sujeita a interesses dos empresários”, argumentou. No primeiro dia as/os cursistas dividiram-se em cinco grupos. Cada qual produziu coletivamente um texto abordando como enxergam a atual conjuntura educacional no Brasil. No segundo dia, além dos debates em plenária, foram elaborados Planos de Estudo a partir do que fora discutido na formação, em mini-plenáras integradas oir representantes dos respectivos municípios.

Trabalho de grupo do segundo dia – grupo de Crateús

Mariana da Silva, assessora técnica da Secretaria Municipal de Educação de Tamboril e militante do Movimento das/os Trabalhadoras/es Rurais Sem Terra, gostou dessa primeira etapa, especialmente o referencial teórico adotado. Um dos livros utilizados por Regina foi a compilação de textos para estudos e debates em preparação ao II Encontro Nacional de Educadoras/es da Reforma Agrária. “Estudamos coisas que a gente já entende, só que mais sistematizada e com debates coletivos”, pontuou. Para Mariana, um dos temas mais debatidos no encontro, a “Base Nacional Comum” que está sendo proposta pelo Ministério da Educação, periga ser uma estratégia para atacar a diversidade e a autonomia que a educação precisa ter pra cumprir sua tarefa transformadora nas comunidades camponesas e periféricas, onde estudam filhas e filhos de trabalhadoras/es.

“Infelizmente, não tivemos muito tempo pra fazer um estudo mais complexo das conjunturas nacional, estadual e municipal. As reflexões feitas em grupo foram muito boas, mas acabaram trazendo mais as angústias e as esperanças locais”, avaliou Erdimária Macedo, agente Cáritas. Segundo ela, a primeira experiência da formação continuada foi positiva, e se não houve mais aprofundamentos, serviu para motivar as/os participantes para pesquisarem mais sobre o assunto, uma vez que a proposta da atividade é justamente ter uma equipe diversa e ampla no território de pesquisadoras/es e, consequentemente, multiplicadoras/es desses conhecimentos, rumo a uma educação pública, popular e de qualidade.